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domingo, 18 de setembro de 2011

O retorno de um gigante

Após longas 17 rodadas, o Corinthians deixa a liderança do Campeonato Brasileiro de 2011. O novo "chefão da parada" é o Vasco, que, surpreendentemente, vem dando uma lição de grandeza poucas vezes vista nos últimos anos.

O atual campeão da Copa do Brasil não está fazendo absolutamente nada mais que sua obrigação. O Vasco é grande. Grande não, gigante. E, como tal, não pode dar o luxo de ficar satisfeito com uma "mera" Copa do Brasil. Não que a competição não tenha relevância. Pelo contrário. A Copa do Brasil é o segundo torneio mais valioso do país. Mas o Vasco, no seu papel de um dos gigantes do futebol brasieiro, não pode se acomodar em tê-la vencido e achar que seu 2011 está garantido. Não! O time é bom, de qualidade, um dos melhores, senão o melhor, do país. Então nada mais do que o natural ele jogar para vencer. Afinal, vencer é o combustível de todo grande clube. Um clube sobrevive e cresce com títulos, com vitórias, com glórias.



Ultimamente, se tem invertido um pouco os valores. Se antigamente a Libertadores não era tão valorizada quanto merecia, hoje pode-se dizer que ultrapassou todos os limites. Veem na Libertadores o torneio dos torneios. É a menina dos olhos de todo mundo. O troféu mais cobiçado por qualquer clube brasileiro. E não está errado, afinal, é o maior torneio das Américas. O problema é que muitos clubes estão abrindo mão de muita coisa apenas em busca do sonho de conquistar a América. Fazem do estadual laboratório, largam o Campeonato Brasileiro de mão, jogam apenas para não serem rebaixados e aí quando vem uma eliminação (é o natural, apenas um vence, os demais 31 tem esse destino), todo o planejamento vai por água abaixo.

O que se tem visto ultimamente são campeões da Copa do Brasil terminando em meio de tabela. Com exceção do Fluminense em 2007 (4º lugar) e o Cruzeiro em 2003 (campeão), os times tem jogado o Brasileirão por jogar. Esquecem o peso que é você ser campeão do mais importante torneio nacional. E um dos nacionais mais difíceis do mundo, afinal, olha quantos concorrentes tem com claras chances de título. Esquecem de dar o devido valor que o Brasileirão sempre teve e sempre mereceu.

O Vasco não. O Vasco não foi por esse caminho. Tem lutado, tem feito por onde, tem rendido o que pode render. Vacila? As vezes. Perde? Natural. É goleado? Até um pouco mais do que deveria. Mas o principal é que o time não se abala. É um time maduro, pronto e que sabe que resultados ruins são eventualidades. Vinha perseguindo a liderança há muitas rodadas e pecando na hora H. Isso é um perigo, pois é necessário que se aproveite as oportunidades que aparecem.





Talvez por ter jogado no sábado (enquanto o Corinthians jogava no domingo), o time entrou sem a pressão de ficar se importando com o resultado do concorrente. Jogou para vencer, jogou para ser líder, jogou para ser campeão. Dominou um Grêmio em franca ascenção, que, apesar dos pesares, não jogou mal. Apenas foi dominado por um time muito superior em uma noite para lá de inspirada.

Sem afobação, o primeiro gol surgiu rapidamente aliviando qualquer tipo de pressão. Inspirado, Diego Souza foi o nome do jogo, sem comentários para sua atuação (que aliás, poderia se repetir mais vezes).

É incrível como o Vasco vem surpreendendo. Se na última década acumulou fracassos, em 2011 parece estar com fome de títulos. É o melhor plantel formado desde 2001. E é o melhor ano que os vascaínos vivenciam desde 2000. Foram longos 10 anos de sofrimento, com raros momentos de felicidade (campeão carioca em 2003, milésimo gol do Romário em 2007...). Em 2011 o Vasco resolveu acordar. Cansou de sofrer, de estar fraquejado e falou: "eu sou muito maior que isso que tenho mostrado. Eu posso mais, eu devo mais. Tenho milhões de fãs que não aguentam mais me ver nessa situação. Está na hora de voltar a ser o que sempre fui, VENCEDOR".

E ele, enfim, voltou. O Vasco, desacreditado em 1923, por ser um time composto por mestiços, negros e operários recém-promovidos da segunda divisão, foi a luta e venceu. O Expresso da Vitória, que resolveu por fim a longa fila de 9 anos sem títulos do clube da Colina (a maior do clube até hoje) sendo um dos maiores esquadrões do futebol brasileiro e primeiro campeão continental da história. O Vasco de 1958, vencedor do mais disputado Carioca de todos os tempos e que cedeu três atletas para o primeiro título mundial do Brasil. O Vasco de 1974, que conquistou seu primeiro Brasileiro. O Vasco dos anos 80, copeiro em estaduais e campeão de um Brasileiro em pleno Morumbi. O Vasco vencedor do final dos anos 90, desbravador da América, campeão do Brasil. Esse é o Vasco que sempre foi guerreiro, corajoso, GIGANTE. Nem sempre venceu, mas, mais importante que isso, sempre lutou, nunca se entregou e aprendeu com seus erros.

Bem-vindo de volta, Vasco. E por favor, não se vá mais. Você faz um bem enorme ao futebol brasileiro.


6 comentários:

muito bom seu texto Rafael

e realmente o Vasco é esse GIGANTE, e espero que continue sempre com fome de títulos como vc disse.


"Bem-vindo de volta, Vasco. E por favor, não se vá mais. Você faz um bem enorme ao futebol brasileiro".

Obrigado, galera. Voltem sempre e exponham suas opiniões a respeito. São de grande valor.

Ass: Rafael Leon

Escreve bem rapaz, constroi bem sua visão. Parabéns.
Att

Cara, grande texto parabens, salvo nos favoritos, ate passou um filme aki na minha cabeça em alguns momento do Texto.

Hícaro

Obrigado, amigo. Espero melhorar cada vez mais. E apareça sempre. Abração.



Marcos

Pois é. Apenas os vascaínos sabem o que passaram nos últimos anos. Em 2011, finalmente, o Vasco resolveu voltar a ser Vasco. Grande abraço.

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