Antes do início do NBB, a equipe do site Olhar Esportivo vai realizar algumas entrevistas com os principais jogadores da competição. O primeiro entrevistado é o pivô Atila, do Flamengo.
O pivô de 2,08m foi contratado pelo Flamengo para reforçar a sua equipe de basquete na temporada 2010-2011. Atila voltava ao Brasil após 7 anos jogando fora do país, atuando nas ligas de acesso dos Estados Unidos e tendo experiencias de pré-temporada em times da NBA.
Entre os assuntos comentados, Atila disse que recusou uma oferta da Itália para jogar no Flamengo, pensa em um dia ser chamado para a seleção brasileira e também abordou sobre a presença dos técnicos argentinos no Brasil.
Confiram a entrevista completa:
Como começou o basquetebol em sua vida?
Comecei na Bahia, em Salvador onde nasci. Comecei por curiosidade após acompanhar o meu irmão mais velho que já praticava o esporte.
Fale sobre sua carreira. Como foi parar nos Estados Unidos? Quanto tempo atuou lá?
Participei do projeto do Paulinho Motta em Macaé no Rio de Janeiro quando era Infanto-Juvenil e ele me ajudou muito no recrutamento para jogar no EUA. Até que fui recrutado pelo coach Ron Smith, para Northern Iowa e depois me transferi para Minnesota State. Depois fui convidado para alguns testes na NBA e joguei uma temporada no Bakersfield Jam da NBA D-League, time filiado aos Clippers e Lakers.
Conte-nos sobre sua experiência no basquete europeu.
Na Europa atuei na Bulgária e Espanha, onde foram experiências bem diferentes. No BC Euroins-Cherno More da Bulgária tive uma sólida temporada, conseguimos ir para a final da nossa liga, o que não acontecia a muitos anos. Já na Espanha mesmo atuando como titular as coisas não funcionaram como planejamos, a equipe teve problemas financeiros, salários atrasados, foi quando decidi aceitar outra oportunidade e fui para a NBA D-League.
Ainda deseja voltar a jogar fora do Brasil?
Um pouco antes de renovar com o Flamengo, tive uma proposta muito boa para ir para a Itália. Tenho muito carinho pelo Flamengo e a torcida, como na temporada passada fiquei com um sentimento de unfinished business, por não termos conquistados os títulos sul americanos e NBB, achei que agora não era o momento de voltar. Hoje a Eurolegue já está posicionada como um das maiores competições do planeta junto com a NBA, creio que todo jogador gosta de estar entre os melhores sempre. Comigo não é diferente, mas estou totalmente focado no Flamengo, quero fazer história no clube.
Em sua volta, porque escolheu o Flamengo?
Na minha volta ao Brasil, quis estar num ambiente vencedor, com chances reais de realizar um bom trabalho e assim poder ser campeão Nacional. Vim com um objetivo bem claro, e continuo com ele o de ser campeão.
Sentiu alguma dificuldade para se adaptar ao Brasil depois de tanto tempo fora?
Voltar a falar português no dia-a-dia certamente foi uma adaptação necessária depois de muitos anos fora do país. Dentro de quadra, a adaptação foi mais ao estilo de jogo da equipe e a interpretação das regras feita pelos árbitros. Foram adaptações que eu já esperava.
Pensa em um dia defender a Seleção Brasileira?
A seleção hoje está bem servida, vou torcer muito nesse Pré-Olímpico. Mas penso sim em seleção. Acho que qualquer jogador gostaria de representar seu país. Espero que meu trabalho e o do Flamengo como equipe possam fazer com que pinte a minha oportunidade no momento certo.
Como avalia sua primeira temporada no Flamengo? O time tinha muitas expectativas, mas acabou decepcionando nas principais competições...
Acho que tivemos dois momentos diferentes na temporada passada, onde a derrota na final do Sulamericano foi meio que um divisor desses momentos. Individualmente, acho que fiz um bom trabalho dentro da função que o coach Gonzalo me pedia, jogando na defesa e trabalhando para os alas nos bloqueios. Obviamente que queríamos títulos e eu sei que posso ajudar mais a equipe ofensivamente se o técnico precisar, espero nesta temporada conseguirmos bons resultados coletivos, pois assim o individual de cada um vai aparecer.
Fale também sobre a relação da equipe com o técnico argentino Gonzalo Garcia. Acha positivo o Flamengo, assim como a Seleção Brasileira, com Magnano, contar com “gringos” no comando?
Tenho uma relação boa com o Gonzalo, ele é um técnico que cobra muito os detalhes nos treinamentos, e é uma pessoa muito tranquila fora de quadra. Tenho certeza que nessa temporada ele poderá definitivamente impor a sua filosofia de jogo e cair nas graças de nossa torcida. Acho que a escola argentina de basquete está cada vez mais inserida no Brasil, pelo fato de terem conquistados grandes títulos internacionalmente, vejo isso como positivo. Quem não quer aprender com quem está no topo nos últimos anos?
O Flamengo contratou Leandrinho na última sexta-feira, assinando até dezembro, dependendo da resolução do locaute da NBA. Como vê a chegada dele e talvez de outros jogadores da NBA ao Flamengo e também, ao Brasil?
O Leandro é um jogador incrível não é atoa que tem todo um reconhecimento na liga da NBA, mas acima de tudo é uma pessoa muito humilde que tem um bom relacionamento com todos no basquete. Agora com ele no Mengão, espero que o locaute dure bastante tempo para que ele possa nos ajudar a vencer o Sulamericano e o NBB...rsrs Espero que a liga, através da TV possa explorar o fato dele estar aqui para formentar o basquete em todas as esferas, das escolinhas aos patrocinadores.
O Novo Basquete Brasil está chegando a 4ª temporada, para você, o que ainda precisa melhorar? Muitos reclamam das pouquissímas transmissões na TV...
Acho que o pessoal da liga, sabe muito bem que para chegar ao topo é todo um processo, não é do dia para a noite que vamos ter uma liga perfeita. Claro que podemos melhorar os ginásios dos jogos, ter uma segunda divisão de acesso, a qualidade da bola oficial, os clubes terem staff 100% profissionais fora de quadra e etc, mas acho que devemos ser positivos e exaltar o que já foi melhorado nessas 3 edições do NBB, bastante coisa foi feita de positiva, não é à toa que assim como eu tivemos um grande número de atletas que voltaram do exterior, os jogadores estrangeiros também voltaram a atuar no Brasil. Certamente a criação do NBB está fazendo o basquete nacional crescer.
Para encerrar, primeiramente agradeço a você pela entrevista. Agora deixe uma mensagem para a torcida do Flamengo sobre o que se pode esperar da equipe na temporada.
Fala família rubro-negra, estamos começando uma nova temporada, espero que possamos jogar juntos esse ano, o barulho que vocês fazem na arquibancada faz a diferença. Quero ganhar títulos com o manto sagrado e aguardo vocês nas próxima batalhas dentro de quadra. Grande abraço, quem quiser saber mais de mim, só adicionar no twitter @ÁtilaDosSantos
entrevista realizada por @ribeiro_junior
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