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terça-feira, 22 de novembro de 2011

BLOG DO LEON: O Atleta Alvinegro

Esta reta final de Campeonato Brasileiro pode ser facilmente comparada a uma maratona de mais de 38 km, onde apenas mais três atletas têm gás suficiente e estão a uma distância do final, que em seu ritmo, dê para chegar em primeiro. O que lidera a prova tem em seu favor a pequena distância que abriu dando seu “sprint” final, que talvez, TALVEZ, tenha sido dado na hora errada e falte realmente na hora do “vamu vê”. Os outros dois correm atrás. Um a dois centímetros de distância. O outro a cinco.

A corrida começou dia 21 de maio. Entre os 20 atletas, a maioria participava de outras “corridas” naquele período. Um deles, o atleta alvinegro, teve de mudar seu planejamento devido a uma surpresa colombiana, que pôs fim ao grande sonho antes mesmo deste começar. O que o atleta fez? Se preparou “fisicamente” para estar melhor preparado do que seus concorrentes nessa grande maratona, que, se não era o que ele mais focava inicialmente, compensaria bastante a frustração.

Porém, faltou ao atleta alvinegro o planejamento necessário. Ele e um de seus conterrâneos começaram com tudo. Não foram crescendo aos poucos e ganhando regularidade nos piques. Eles partiram em disparada e abriram larga vantagem sobre os demais concorrentes. Mas quando estes dois estavam empatados, a preparação física feita antes valeu a pena. O outro se desgastou rapidamente e teve de poupar energias, enquanto o alvinegro disparou e não viu mais ninguém por perto. Muito se imaginava que seria uma maratona fácil, já que o atleta alvinegro demonstrava uma disposição e um gás invejável. Contudo, nem toda preparação do mundo é suficiente quando não se há o planejamento de “poupar energias”, e se queima tudo de uma vez. Logo, o atleta foi se desgastando e precisou se poupar para não acabar morrendo cedo. Com isso, os demais corredores que vinham atrás começaram a se aproximar. Naquela reta da corrida, todos ainda estavam muito equiparados, ninguém queria se desgastar antes do tempo.

O atleta alvinegro, após o “descanso”, vendo que seus concorrentes haviam voltado a incomodar, retomou seu pique, mas, já vacinado, foi em um ritmo “normal”. Ele não havia perdido a ponta ainda, mas via um rubro-negro, um cruzmaltino, o conterrâneo tricolor e mais alguns na sua cola. Ele continuou firme e forte em primeiro lugar, mas muito se comentava que ele não resistiria à pressão e acabaria cedendo mais cedo ou mais tarde. Ledo engano. O atleta alvinegro, apesar de nunca ter sido brilhante, em toda a maratona se mostrou eficiente, dinâmico, rápido e principalmente RAÇUDO. É o atleta que, se não tem o melhor biotipo, é o que tem mais coração, mais espírito, mais vontade. O que o diferencia dos demais não se pode ser medido por aparelhos. É algo que fica guardado na alma e que poucos têm. Ele não é perfeito. Ele peca, e peca bastante. Às vezes é arrogante, despreza adversários próximos e possíveis obstáculos. Por vezes, havia pequenas pedras na pista que aparentemente pouco o ameaçavam, mas devido a concentração apenas nos concorrentes em sua cola, o faziam tropeçar. Conseguiu manter-se firme por mais de 18 km, muito também devido à mesma soberba e preocupação dos concorrentes com os mesmos obstáculos. Houve determinados obstáculos que simplesmente fizeram com que todos os líderes se atrasassem. O atleta alvinegro foi ultrapassado pelo cruzmaltino. E, quando foi, muito se falava que não voltaria mais. Ali ele perdera a maratona. Mas ele não desistiu, seguiu firme, forte, vendo a faixa na chegada como a única coisa que tinha a sua frente, mesmo que outro maratonista estivesse alguns centímetros mais próximo dela. Com o tempo, o atleta alvinegro e o cruzmaltino foram mantendo o pique, enquanto os demais não conseguiam mais acompanhá-los. O cruzmaltino muito pelo mesmo espírito de querer, acima de tudo, vencer e dedicar a vitória a seu treinador adoentado, que foi quem o ensinou a correr. E em meio a isso, o atual vencedor da maratona, o “guerreiro”, desacreditado no início devido à péssima largada, teve a inteligente estratégia de deixar todos cansarem para poder disparar.

Hoje, faltando apenas 2 km, a linha de chegada, a faixa que tanto se almeja já está visível a olho nu. Um dos três irá chegar lá. Os três estão a distâncias ridículas um do outro, questões de centímetros. No dia 4 de dezembro talvez só se saiba quem venceu apenas olhando na foto.
Todos os três trilharam seus caminhos, usaram de suas estratégias e merecidamente, são os únicos que podem vencer. O atleta alvinegro é o único que só depende de si. Ele já usou seu “sprint” para se distanciar, nem que por centímetros, de seus candidatos. Pode faltar pique, como ocorrera no início. Os outros dois tem como maior esperança, que falte seu fôlego. Mas pode ser que exista uma energia extra. E essa energia extra não está na preparação feita quando houve o tropeço colombiano. A energia extra está no coração, na alma, no espírito que ele carrega. E esse espírito é comovente até aos mais insensíveis. Ele é desacreditado, odiado e desmerecido. Mas o atleta alvinegro, por sua origem simples e seu espírito de superação, consegue também fazer com que muitos torçam por seu sucesso.

QUEM QUER QUE VENÇA A MARATONA, SERÁ MERECIDO. MAS O ATLETA ALVINEGRO JÁ PODE SE CONSIDERAR UM VENCEDOR. A ALMA QUE ELE CARREGA É A MAIOR DAS VITÓRIAS.



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