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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

As contas do Basquete Francano

Assunto que muitas vezes se torna polêmico em vários clubes, tanto de basquete, futebol dentre outras modalidades esportivas é o orçamento de cada equipe. Conversando mais à fundo e buscando informações em locais na capital nacional do basquete (Franca SP) me deparei com um artigo no jornal Comércio da Franca que abordou com precisão o tema para meu primeiro post nesta coluna, o orçamento do time Francano que desde 2006 se encontra em constante declínio de títulos.

- Entre os anos de 2006 a 2011, as receitas financeiras aplicadas cresceram em torno de 144%. Mas em contra partida, o rendimento das equipes que passaram pela cidade, caiu: há seis temporadas houve a conquista do título paulista, fato repetido no ano seguinte. Em 2011, pela terceira vez seguida, a equipe não chegou à disputa de título paulista;

- Em 2006, ano no qual Hélio Rubens voltou a Franca para comandar o basquete – tinha deixado a cidade para trabalhar no Vasco da Gama e, depois, no Uberlândia – o clube viveu ‘vacas magras’ financeiras. A indústria Mariner, patrocinadora principal, pagava R$ 20 mil mensais para estampar a camisa – valor 8 vezes menor que o atual patrocinador paga. Havia também a Unimed (R$ 15 mil mensais ) e a FEAC (Fundação de Esporte, Arte e Cultura), com R$ 15 mil mensais. O restante vinha de placas de publicidade e de sócios torcedores, cerca de R$ 20 mil por mês. Estes números foram divulgados pela imprensa durante aqueles anos, pois o clube nunca abriu suas contas publicamente;
O retorno de Hélio Rubens a Unimed a elevar seu patrocínio para R$ 50 mil, mais 20% em planos médicos; e a que a Prefeitura dobrasse sua parceria, de R$ 15 mil para R$ 30 mil. Com as restantes ações, a receita média do clube alcançou R$ 100 mil;

- Tal montante seria mantido até meados de 2008. Na renovação a direção do clube optou por romper com a Unimed – que pretendia continuidade para a parceira – e anunciou a Vivo como patrocinadora principal: R$ 110 mil/mês. A Vivo, um ano depois, renovaria por valor ainda maior, a FEAC manteria participação e os dinheiros se ampliariam, mas não havia mais resultados importantes em quadra. Tinha sido com a Unimed a última conquista importante: a Super Copa de Basquete, torneio disputado por times paulistas dissidentes do Campeonato Brasileiro;

- Entre 2006 e 2011, além do bi-estadual de 2006 e 2007, o clube ficou com o vice do ano seguinte. A partir daí, declínio: terceiro, em 2009; quarto, em 2010; sexto em 2011. Para amenizar, três vices: sul americano e brasileiro em 2007, e o NBB, ano passado. Nesse período aconteceram três edições do NBB e, ao menos, 4 torneios internacionais – 2 Ligas Sul americanas e 2 Inter-Ligas Brasil/Argentina – a maioria com eliminações prematuras.

- Se em Outubro de 2006 o clube tinha que “se virar” para cobrir despesas com R$ 100 mil mensais, estima-se que em Outubro deste 2011, os cofres teriam receita próxima de R$ 268 mil/mensais, um incremento médio de arrecadação em impressionantes 144%! E a conta é simples: em Junho de 2010, a Vivo antecipou prorrogação do contrato até 2014. Além do tempo de contrato, os valores também aumentaram: R$ 165 mil mensais. Em Julho deste ano, foi a vez da Amazonas, co-patrocinador, aplicar mais: R$ 35 mil mensais, ante R$ 25 mil anteriores. A FEAC continua presente: R$ 32 mil mensais, em média. Especula-se ainda que, aproximadamente, R$ 36 mil viriam, hoje, de sócios torcedores e ações publicitarias à cada mês.

É triste, sim, digo isto com toda a tristeza de uma torcedora apaixonada pelo seu time, mas não tenho pretensão nenhuma de acusar ninguém, mesmo porque não existem provas de que este dinheiro seja digamos " desviado ", mas no mínimo está claro que existe uma gestão sofrível dessa verba... Uma gestão sem competência para tal trabalho. Ouvimos muito que o Franca Basquete não possuí dinheiro para contratar, - mesmo possuindo um dos melhores patrocinadores - que existem 5 ou 6 times com receita superior, bla, bla, bla... Mas após analisar bem as contas do clube, fica claro, que sim, poderíamos ter bons jogadores, pois verba não é realmente o problema.

A pergunta então se torna a seguinte, até quando o nome e a tradição do basquete francano serão "surrados", previamente apenas para que os caprichos de "alguns" sejam mantidos? Na minha opinião não se pode discutir a capacidade da comissão técnica da equipe, e nem acho que técnicamente teríamos outro nome a altura para substituição, mas questiono muito a forma como são montados os elencos de cada ano... Por questão de coerência com minhas convicções vou continuar apoiando o clube, poís vejo que minha paixão pelo esporte é superior a qualquer argumento que venha ser apresentado contra o clube, mas realmente faria muito gosto, se houvesse uma reflexão geral por parte dos homens que comandam a equipe tanto a diretoria e a comissão técnica, sim, pois o basquete se tornou a paixão do povo francano que espera ver sua equipe conquistando títulos com sempre esteve. Agora cabe a todos entrarem em um certo acordo, tanto o clube em geral quanto seus torcedores revoltados por falta de título, para que não deixem de apoiar o Franca, pois como o próprio hino diz: "Não morreu nem morrerá, esta chama no meu peito, sou Franca sou basquetebol honra e glória por direito".

Foto: Jornal Comércio da Franca (Grupo Corrêa Neves)


4 comentários:

Cara muito bom! Valeu, é isso que o torcedor francano quer, que a diretoria abra suas contas para o torcedor, pois ja que a feac tem participação nisso podemos muito bem saber. valeu olhar esportivo

Grande Leticia, nossa reporter investigativa politica e basqueteristica rsrs parabéns pelo conteudo, excelente observação sua e do pessoal do Correa Neves (Todos os Neves são excelentes né?) O basquete agradece.

Obrigada pelos comentários. Fico feliz em saber que estão gostando dos meus textos. Muito obrigada.

Não me canso de ler, texto muito bem feito e com aspectos interessantes.

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